“Minha Escolha Faz a Diferença”. Com este tema o OBSERVATÓRIO Nacional de Segurança Viária lança uma série de peças publicitárias para o Movimento Maio Amarelo 2017, mobilização voltada para a conscientização da sociedade sobre a importância da direção segura (a Melhor Escolha) e para ilustrar ações concretas que contribuam para mudar o trágico cenário dos acidentes de trânsito no Brasil (onde mais de 43 mil pessoas por ano perdem a vida) e do mundo.
As peças, vídeos, posts, poderão ser utilizadas gratuitamente pela sociedade, entidades privadas e órgãos públicos, interessados em divulgar a causa do trânsito seguro e humano, que é a proposta central do Movimento.
Em janeiro de 2017, o tema “MINHA ESCOLHA FAZ A DIFERENÇA” foi definido pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), na Resolução 654, para estampar todas as campanhas educativas de trânsito no país ao longo do ano, inclusive o Maio Amarelo. A campanha do OBSERVATÓRIO para o Movimento Maio Amarelo deste ano foi criada pela agência F&Q Brasil e é um alerta para que todos escolham as melhores posturas no trânsito. É um estímulo para que condutores de qualquer tipo de veículo (caminhões, ônibus, vans, automóveis, motocicletas e bicicletas), inclusive pedestres, optem pela conduta apropriada . O tema tem o objetivo de ressaltar que os acidentes são resultado de escolhas erradas que fazemos.
Algumas atitudes bastante simples, porém capazes de salvar vidas, podem minimizar essas áreas de risco. Uma delas é o ajuste dos retrovisores. Sente-se corretamente no banco com os pés alcançando os pedais e com os joelhos semiflexionados, com as costas eretas e com os punhos alcançando o volante e, então, ajuste o retrovisor interno de modo a que seja possível visualizar através dele a maior parte do vidro traseiro.
Depois disso, alinhe os retrovisores externos de maneira a que através dele consiga enxergar mais a via do que do próprio carro, e o ajuste até que seu próprio veículo saia de seu campo de visão.
Essas atitudes vão colaborar para a redução do ponto cego, mas, na maioria das vezes é impossível eliminá-lo completamente. Por isso, é importante sinalizar sempre que for mudar de faixa, por exemplo. Também sempre olhe mais de uma vez para certificar de que não haverá outro veículo, ou mesmo um pedestre.
No trânsito, os motociclistas devem redobrar a atenção para evitar acidentes cujas causas estão relacionadas aos pontos cegos. Ao trafegar na lateral de um veículo, o motociclista deve tentar enxergar a imagem do motorista no retrovisor. Este é o melhor indicador de que não está na área do ponto cego.
Se cada um fizer a sua parte, teremos um trânsito mais seguro.
OMS: Brasil é o país com maior número de mortes de trânsito por habitante da América do Sul
De acordo com relatório publicado nesta segunda-feira (19) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas em 2013, mais de 41 mil pessoas perderam a vida nas estradas e ruas brasileiras. Desde 2009, o número de acidentes de trânsito no país deu um salto de 19 por 100 mil habitantes para 23,4 por 100 mil habitantes, o maior registro na América do Sul.
Entre os dez países mais populosos do mundo, no entanto, o Brasil aparece como destaque no relatório, cumprindo quatro dos cinco cinco principais fatores de risco no trânsito, que são: uso de cinto de segurança, capacete, limite de velocidade, segurança para crianças e proibição de ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir. Na lista dos dez mais populosos, também se encontram Estados como China, EUA e Índia. Esses Estados somam 4,2 milhões de pessoas e 56% das mortes por acidentes de trânsito (703.000).
O Instituto Avante Brasil realizou um levantamento mundial sobre mortes no trânsito em 2010, estruturando um ranking comparativo dos dez países mais violentos. O levantamento, inédito, teve por base o relatório “Global Status Report on Road Safety 2013”, da Organização das Nações Unidas, que mostra o número de mortes de 183 países. Em relação aos que não disponibilizaram dados recentes, o total de mortos foi estimado por meio de uma análise regressiva, o que viabilizou com confiança a comparação entre eles.
Em termos absolutos, o Brasil é 4º país do mundo com maior número de mortes no trânsito, ficando atrás somente da China, Índia e Nigéria. É possível notar que essas mortes também estão intimamente conectadas ao IDH (índice de desenvolvimento humano), que, por sua vez, tem por base a educação, a longevidade e a renda per capita. Dentre os 10 países mais violentos do planeta não aparece nenhum do grupo do capitalismo evoluído e distributivo, fundado na educação de qualidade para todos, na difusão da ética e no império da lei e do devido processo legal e proporcional (Dinamarca, Suécia, Suíça, Coreia do Sul, Japão, Cingapura, Áustria etc.).
Nenhum dos 10 países comparados está no grupo dos que contam com mais elevado IDH (47, no total), com exceção dos Estados Unidos, que é responsável pela maior frota de veículos do grupo e do mundo. Apresenta, de qualquer modo, o menor número de mortes por 100 mil pessoas (11,4, contra 22 do Brasil). Segundo o Datasus, em 2010, foram registradas 42.844 mortes no trânsito do Brasil. Esse número, atualizado em 2011, chegou a 43.256 mortes (o ranking, no entanto, foi feito com base nos números de 2010 de todos os países). Em 2014, de acordo com projeção feita pelo Instituto Avante Brasil, o número de mortes no trânsito estimado é de 48.349. Sendo assim, este ano, estima-se que ocorram 4.029 mortes por mês, 132 mortes por dia e 6 mortes por hora, ou seja, uma a cada 10 minutos. Com a chegada do Carnaval esse número pode ser ainda maior. Em 2013, só nas estradas federais, ocorreram 157 mortes nesse período. Com o aumento da frota assim como do fluxo viário, os acidentes e mortes podem ter incremento.
O Brasil somente deixará de ser um país pobre, ignorante, corrupto e violento (também no trânsito) quando suas instituições essenciais (Estado/democracia, sistema capitalista, império da lei e do devido processo e a sociedade civil) deixarem de seguir a lógica do capitalismo selvagem, extrativista e concentrador, para se alinhar aos países do capitalismo evoluído e distributivo (Áustria, Austrália, Nova Zelândia, Islândia, Canadá, Alemanha, Coreia do Sul etc.), que contam em média com 5/6 mortes para cada 100 mil habitantes.
O problema é mais grave nos países de média e baixa rendas. A OMS estima que 90% das mortes acontecem em países em desenvolvimento, entre os quais se inclui o Brasil. Ao mesmo tempo, esse grupo possui menos da metade dos veículos do planeta (48%), o que demonstra que é muito mais arriscado dirigir um veículo — especialmente uma motocicleta — nesses lugares.
As previsões da OMS indicam que a situação se agravará mais justamente nesses países, por conta do aumento da frota, da falta de planejamento e do baixo investimento na segurança das vias públicas.
De acordo com o Relatório Global de Segurança no Trânsito 2013, publicado pela OMS recentemente, 88 países membros conseguiram reduzir o número de vítimas fatais. Por outro lado, esse número cresceu em 87 países.
A chave para a redução da mortalidade, segundo o relatório, é garantir que os estados-membros adotem leis que cubram os cinco principais fatores de risco: dirigir sob o efeito de álcool, o excesso de velocidade, não uso do capacete, do cinto de segurança e das cadeirinhas. Apenas 28 países, que abrigam 7% da população mundial, possuem leis abrangentes nesses cinco fatores.
Veja os dados:
Foi no dia 11 de maio de 2011 que a ONU decretou a Década de Ações para a Segurança no Trânsito (2011-2020), que tem como meta a redução de 50% dos acidentes no Brasil e no mundo.
Para obter mais informações acesse o site: www.maioamarelo.com.br
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